Após uma entrada balística, a desaceleração com paraquedas e a ativação dos muitos “air bags” que protegiam o equipamento sensível a bordo, os veículos robôs “gêmeos” da NASA fizeram um pouso preciso em Marte após percorrerem 480 milhões de quilômetros! Uma vez acionados os seus coletores solares e outros instrumentos científicos, os robôs registraram várias imagens panorâmicas dos locais de aterrissagem e começaram a sua missão preliminar de mais de 90 dias na superfície marciana, realizando explorações científicas pelo caminho. Os robôs já exploraram os locais geológicos propícios onde pousaram, como a cratera Gusev e o Meridiani Planum. Uma das principais razões para a aterrissagem em Meridiani Planum foi encontrar hematita, um óxido de ferro que se forma normalmente na presença de água.
Diante dos olhos do mundo, pudemos ver novamente fotos panorâmicas de Marte. Mas, desta vez, os cientistas estavam suficientemente equipados para identificar alvos nas rochas e no solo para depois guiar os veículos pelos leitos rochosos em busca de possíveis locais com água; reunir uma vasta quantidade diária de informações sobre Marte; e mostrar que o planeta ainda é o mais parecido com o nosso no sistema solar.
A realidade de robôs futurísticos equipados com programas de lógica básica capazes de fazer explorações científicas complexas a distâncias cada vez maiores da Terra é secundária em relação à descoberta mais importante: a evidência de que a Terra e Marte tinham em comum água na biosfera, provavelmente até água salgada. Após os problemas iniciais com o mecanismo de pouso e com os sinais complexos de comando de flash do “Spirit” (o primeiro robô a pousar), o veículo “Opportunity” comprovou para o mundo que Marte foi úmido e chuvoso no passado, com um ambiente propício à vida. O mais empolgante é que isto é só o começo. Os cientistas estão se preparando mais psicologicamente para aceitar o fato de que possa ter havido vida no planeta vermelho. As missões vão continuar a fazer monitoramentos e explorações de alto nível, traçando e executando planos de missão complexos, mas o objetivo inicial de encontrar indícios de água no passado se cumpriu, faltando ser alcançado o novo objetivo: encontrar sinais de vida.
As buscas por mecanismos de auto-organização biológica e por outros processos evolutivos estão levando a possíveis modelos formulados por novos paradigmas computacionais de hardware e software de autodesenho. Tudo isto possibilita insights sobre as origens e a evolução da vida, e a possível evolução do nosso universo. A divulgação da foto magnífica de Marte tirada na aterrissagem de 3 de janeiro, dia do aniversário do projeto das Chaves, cumpre agora uma predição interplanetária revelada. A Casa de Muitas Moradas se descortina diante dos nossos olhos, aguardando a nossa exploração e cidadania.
— J.J. Hurtak, Ph.D., Ph.D.

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