O objetivo das primeiras muitas missões humanas a Marte será acompanhar as explorações dos robôs e responder, acima de tudo, se algum dia o Planeta Vermelho teria ou não abrigado vida. No estágio em que estamos, a partir dos registros das missões anteriores Mariner 9 e Viking 1 e 2, as formações no solo sugerem detalhes de uma vida prévia hipotética. O Livro do Conhecimento: As Chaves de Enoch® foi o primeiro a publicar formações especiais em Marte, especificamente a estrutura de quatro tetraedros no Quadrângulo Elysium. A Academia também publicou as primeiras imagens da Viking referentes aos artefatos originais na área de Cydonia, inclusive o chamado Rosto de Marte.
Vinte e um anos depois, em 7 de abril de 1998, Guard Hall, da Deep Space Network da NASA, e eu tivemos a oportunidade no Jet Propulsion Lab, em Pasadena, Califórnia, de ver algumas das primeiras imagens transmitidas à Terra pela Mars Global Surveyor (MGS), que mostravam que a região da “Face” em Cydonia já não combinava com as suposições anteriores feitas a partir dos dados da Viking sobre as proporções clássicas da Face.
Em outras palavras, uma justaposição cuidadosa das imagens anteriores da Face transmitida pela Viking em julho de 1976 (por exemplo, 35A72) às novas imagens do projeto MGS com seis ângulos diferentes do sol mostra que os detalhes da chamada Face de Marte, que Vincent Di Pietro, do Centro de Voo Espacial Goddard, ampliou no final dos anos 1970 e início dos 1980 através de um processo de entrelaçamento estrelado de pixels, não se confirmam com a utilização da nova tecnologia no espaço, com capacidade de captar imagens na superfície com uma precisão de até 1,50m.
A falta de “evidências” da forma do rosto nesse local não elimina, no entanto, as anomalias piramidais na região de Cydonia, e as formas piramidais repetíveis no Quadrangulo Elysium. Sem dúvida que a prova final teria que aguardar até que uma equipe internacional de especialistas tivesse a oportunidade de pousar pessoalmente e fazer “pesquisas abaixo da superfície” em locais de Marte para analisar completamente a validade ou não de todos os artefatos marcianos, não apenas a pirâmide de Cydonia como também as da região de Elysium, que aparentam ser pirâmides imensas.
Espera-se que nos próximos anos a NASA e especialistas de outros países tenham a oportunidade de observar todos os acidentes geográficos importantes e de fazer a confirmação ou refutação da hipótese de artificialidade.
Em futuras expedições tripuladas a Marte, serão utilizados até mais amplamente recursos fotorrealistas de modelagem de terreno para estudar os detalhes das formações no entorno e as “vias” ou “alinhamentos fluviais radiais” sugeridos na área maior.
A seguir temos algumas órbitas importantes e resultados iniciais do MGS que necessitam de imagens com melhor resolução:
Orbit 258, Faixa de 409,53 km; Resolução 3,46m/pixel — tirada em 23 de abril de 1998, com uma faixa de visualização ampliada sobre uma área de 3,5 km x 33,2 km e que tem a forma geométrica incomum de uma ferradura na base de uma forma piramidal de 5 lados.
Orbit 239, Faixa de 331,07 km; Resolução de 2,5 m/pixel — tirada em 14 de abril de 1998, com uma faixa de visualização ampliada sobre uma área de 2,5 km x 24 km, e que mostra um trecho, com dados faltando, perto de uma região onde há uma formação hexagonal incomum dentro de uma cratera.
Orbit 220, Faixa de 441,21 km; (ver à esquerda) Resolução 4,32m/pixel — tirada em 5 de abril de 1998, com uma faixa de visualização ampliada sobre uma área de 4,42 quilômetros x 41.5 km, e que mostra uma estranha geometria com 21 linhas brancas com alinhamentos paralelos.
Além disso, não se deve descartar a possibilidade de “atividade extra-solar” na superfície marciana ou em torno dela por parte de outra tecnologia que tenha participado do acompanhamento e desativação da nave russa em março de 1989, antes da órbita de mapeamento da Phobos 2. Isso foi tema de programas especiais que fizemos em 1993 sobre as missões da Phobos 2 soviética e da Mars Observer americana, e não deveria ser atribuído às tentativas de reter imagens em apenas um local, como Cydonia, neste momento, uma vez que o fenômeno da evolução paralela, por definição, não se restringe a uma área.
É preciso lembrar que, enquanto questão científica, a prova definitiva da artificialidade pode ter de esperar a “verdade in loco” — isto é, uma missão que leve astronautas/cosmonautas a diversas áreas de Marte para avaliar visualmente os detalhes das muitas formações diferentes, que nos anos 1980 foram vistas como anomalias quando especialistas em imagens chamaram a nossa atenção. Mas o que antevemos para os próximos anos é que as análises criteriosas dos Mars Rovers e sondas como Odyssey e Surveyor podem muito bem estimular a primeira importante missão que constatará sermos nós os “novos marcianos” na colonização do nosso Sistema Solar.
Possuo a firme convicção de que temos agora a tecnologia de perfuração (através de Patrick Whittome e outros da Europa, capazes de reativar a hidrosfera de Marte) e radar de penetração no solo (GPR), que poderiam finalmente confirmar o registro de vida paralela em Marte no espaço de 12 meses a partir de qualquer data em que se tome a decisão de levar seres humanos à Marte.
Até que cheguem os seres humanos, os programadores de software já desenvolveram robôs com uma mecânica inteligente para atravessar as dunas e, em pequenas áreas, colher imagens com câmeras panorâmicas estereoscópicas. Com a ajuda de engenheiros na Terra, é possível, então, reunir as fotos num ambiente virtual tridimensional através de programas e de uma interface de realidade virtual avançada chamada Marsmap. Um pequeno veículo que tenha uma câmera estereoscópica para captar contornos geológicos do terreno poderá se distanciar até 100 quilômetros do veículo de aterrissagem. Reunidas as imagens de locais específicos, elas serão um rico recurso para os pesquisadores que queiram explorar em detalhes certas áreas de Marte.
Ao navegar nas visualizações dos Marsmap, os usuários podem tanto olhar diretamente a tela do computador ou mergulhar nas cenas com óculos 3-D ou binóculos virtuais vinculados aos movimentos da cabeça. Os exploradores conseguirão voar livremente pelo modelo visual, aproximando ou afastando o foco de qualquer local, girando em torno de um determinado ponto e vendo objetos de diferentes pontos de vista.
As questões mais difíceis da comprovação de vida prévia em Marte não podem ser respondidas nem por uma ou por duas missões de sobrevoo, nem por alguns poucos veículos em terra. Elas aguardam a possibilidade de as agências espaciais internacionais começarem a encarar com seriedade: as áreas equatoriais como leitos de antigos fluxos volumosos de água e como os mecanismos primordiais de síntese orgânica para a presença de vida; ou a chamada região da “Cidade Inca” cujas células geológicas e contornos indicativos de água, com configurações semelhantes às de um favo de mel, lembram uma região parecida vista em radar na Guatemala e Belize no final dos anos 1970 por especialistas que confirmaram a existência de canais artificiais.
Se o lançamento ocorrer em outubro de 2011 (a primeira tripulação humana chegará em abril de 2012) ou até em 2020, com uma série de estruturas infláveis, a vida estará em plena atividade para que a primeira colônia marciana permanente acesse os oásis de água subterrânea por volta de agosto. Em Marte a data será Leo 24, XXIV, trinta e seis anos após as câmeras da Viking terem visto a “face” pela primeira vez no auge da primavera ao norte de Marte. O tempo será na melhor das hipóteses frio, com céu claro e ventos ligeiramente fortes, e a “face” a olhar de volta para a Mãe Terra será a nossa. §
— JJH

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